quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
domingo, 23 de novembro de 2014
Calvin e Haroldo - discutindo machismo e feminismo
Estudos feitos por Ramos (2010) revelam que os quadrinhos não são um mero entretenimento, embora utilizem o humor e a ironia, muitas vezes para compor as piadas das charges (que abordam temas dos noticiários e apresentam seres e elementos reais de forma caricata) e das tiras cômicas (que ilustram personagens fictícios em situações fictícias), quadrinhos segundo Ramos (ibidem, p. 20) são: “[...] um hipergênero que agregaria diferentes outros gêneros, cada um com suas peculiaridades”.
O autor revela que há poucos estudos linguísticos sobre este hipergênero, pois o mesmo é visto, historicamente, de maneira pejorativa inclusive no meio universitário, contudo, muitos clássicos da literatura foram adaptados para os quadrinhos, isto demonstra que sua função está além do lazer, possui pontos comuns com a literatura e dialoga com o cinema, o teatro, a fotografia e tantas outras linguagens, predomina o tipo textual narrativo, possibilitando a criação de inúmeras obras com diversos discursos.
Segundo Ramos (ibidem, p. 17): “Quadrinhos são quadrinhos. E, como tais, gozam de uma linguagem autônoma, que usa mecanismos próprios para representar os elementos narrativos”.
A seguir, no próximo item deste artigo, há uma análise de um dos gêneros dos quadrinhos, algumas tiras cômicas do jornalista americano Bill Watterson: Calvin e Haroldo.
2. AS “VOZES” EM CALVIN E HAROLDO
Abaixo, encontra-se a primeira tira de análise:
(WATTERSON, 2010, p. 13)
Nesta tira revela-se um discurso machista por parte de Calvin que não deixa Susie subir na árvore por ser uma menina, isto pressupõe que se Susie fosse um menino, Calvin lhe permitira subir. Ao longo da sequência de quadros, percebe-se a intencionalidade de Calvin somente no final, onde há o humor: ele queria provocá-la por meio da “discriminação sexual”, mas ela não tinha interesse em subir na árvore, logo, a proibição de Calvin: “[...] garotas não são permitidas.” não surtiu o efeito desejado pelo garoto.
A “voz” presente na fala de Calvin é a que remete a um grupo social, mais precisamente: homens, que não aceitam a participação das mulheres em muitos lugares, setores e situações onde somente eles atuavam (segurança, política, comércio, entre outros), esta “voz” existe e permeia o discurso do personagem masculino (Calvin), sendo ele uma criança, está reproduzindo algo que aprendeu com o universo adulto (a televisão), aderindo a uma “voz” machista e incorporando-a em seu próprio discurso.
A “voz” que representa o grupo social “homens”, ilustra um fato cotidiano (existência do machismo) presente em todas as sociedades.
Agora, observe a segunda tira:
(ibidem, p. 15)
Acima há uma cena comum, Calvin vendo televisão, porém, o programa ao qual ele assiste é sobre um casal de amantes que pretende eliminar seus cônjuges, aqui temos a “voz do adultério” proveniente de um fato que se relaciona com o discurso de outro grupo social (adúlteros), pois, o casal representa ações que ocorrem nas sociedades, a fala de Calvin no último quadro confirma: “As vezes eu acho que aprendo mais quando eu fico em casa do que na escola.”
A mídia informa ou reproduz (ainda que de modo fictício) situações reais, o que é visto por Calvin, por essa razão o garoto produz tal fala, afinal, na escola ele aprende ciência e com a tv, observa e absorve exemplos do cotidiano.
Leia a terceira e última tira:
(ibidem, p. 15)
Ao entregar a primeira mesada ao filho (Calvin), o pai não imaginava que ele soubesse o “valor do dinheiro” exposto pelo garoto no terceiro quadro, percebe-se a “voz do capitalismo”, ou seja: posses, consumo. Uma “voz” que compõem o cenário mundial, algo completamente oposto ao que o pai pretendia ensinar: uso consciente, voltado às necessidades, por fim, conclui: “Eu desisto de novo querida”.
Segundo os conceitos de Bakhtin por Beth Brait (2009), nenhum discurso existe sem que antes dele houvesse um outro, o mesmo vale para as vozes dos discursos, nenhuma voz existe sem antes ter sido influenciada por outra, isto é evidente nas tiras acima, as vozes que permeiam os discursos de Calvin provém de outras existentes.
Bakthin afirma (apud. Brait 2009, p. 65):
As palavras do outro, introduzidas na nossa fala, são revestidas inevitavelmente de algo novo, da nossa compreensão e da nossa avaliação, isto é, tornam-se bivocais. O único que pode diferenciar-se é a relação de reciprocidade entre essas duas vozes. A transmissão da afirmação do outro em forma de pergunta já leva a um atrito entre duas interpretações numa só palavra, tendo em vista que não apenas perguntamos como problematizamos a afirmação do outro. O nosso discurso da vida prática está cheio de palavras de outros. Com algumas delas fundimos inteiramente a nossa voz, esquecendo-nos de quem são; com outras, reforçamos as nossas próprias palavras, aceitando aquelas como autorizadas para nós; por último, revestimos terceiras das nossas próprias intenções, que são estranhas e hostis a elas.
3. CALVIN E HAROLDO: O ATO DE “PENSAR” AS SUAS VOZES
As vozes encontradas no corpus de análise revelam críticas sociais incorporadas à simplicidade e ao humor produzidos por Watterson, o autor traz aos leitores polêmicas (discriminação sexual, adultério, capitalismo) presentes no cotidiano universal, discutidas ou vivenciadas por seu protagonista (Calvin).
Watterson introduz Calvin em situações comuns onde o personagem utiliza sua criatividade para realizar ações que julga interessantes, ora apreendidas da mídia (tv), ora de sua experiência (interação com Haroldo, com os pais, com Susie, etc), faz os leitores “pensarem” sobre suas aventuras e a própria realidade.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO
domingo, 12 de outubro de 2014
Guia de Compra das edições definitivas de Sandman 12/10/2014
Sandman - Vol. 1 - Edição Definitiva
NEIL Gaiman
Sinopse: Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó.' Foi essa frase de T.S. Eliot que serviu para embalar o lançamento dessa série e também dar asas a imaginação de Neil Gaiman, um britânico destinado a criar uma das séries mais revolucionárias e inovadoras dos quadrinhos contemporâneos. Poucas HQs na história do mundo ocidental transcenderam o gênero e romperam barreiras como Sandman conseguiu. Mesclando mitologias modernas e fantasia sombria, além de acrescentar elementos modernos, históricos e míticos, Sandman foi considerada uma das séries mais artisticamente ambiciosas dos quadrinhos. Quando foi concluída, em 1996, já tinha mudado a nona arte para sempre e se tornado um fenômeno de cultura pop, bem como um marco das HQs, tornando difusa a fronteira imaginária entre os quadrinhos de massa e o que consideramos como arte. A série conta a história de Morfeus, um dos Perpétuos - criaturas análogas aos deuses, mas ainda maiores - responsável pelo Mundo dos Sonhos. Basicamente ele controla e tem acesso a todos os sonhos da humanidade e de todas as criaturas capazes de sonhar, sendo o senhor do Mundo dos Sonhos, a terra aonde vamos em nossas horas de sono.
Quando uma ordem mística tentou capturar a irmã de Sonho, a Morte, em seu lugar eles capturaram Morfeus. Assustados com o que conseguiram, os membros da ordem o mantiveram cativo. E assim teve início um período de diversas décadas em que esse Perpétuo ficou trancafiado à mercê de seus captores, deixando o Mundo dos Sonhos abandonado e os sonhadores desamparados. A série nos revela como ele se libertou e como foi capaz de se adaptar no mundo após tantos anos de ausência, e também nos mostra um vislumbre de sua história e da mitologia dos Perpétuos. É essa a obra que a Panini agora republica em uma edição em formato diferenciado (18,5 por 27,5 cm), totalmente recolorida (com cores aprovadas pelo próprio autor) e recheada de extras, como a proposta original da série, esboços dos personagens, páginas de arte a lápis e o roteiro completo da edição 19 de Sandman, Sonho de uma Noite de Verão. Tudo isso em 612 páginas repletas de sonhos em forma de páginas de quadrinhos.
Preço a vista: R$ 110,20
Sandman - Vol. 2 - Edição Definitiva
NEIL Gaiman
Depois do sucesso do primeiro volume de Sandman – Edição Definitiva, a sua continuação chega às livrarias de todo o país trazendo mais um ato da jornada de Morfeus, o Rei do Sonhar. O responsável por essa saga contemporânea é Neil Gaiman, o autor que se tornou uma unanimidade entre os leitores de quadrinhos. Com sua fábula contemporânea, ele criou uma mitologia que adquiriu vida própria logo que entrou em contato com os leitores tornando-se um clássico quase instantâneo. A série conta a história de Morfeus, um dos Perpétuos — criaturas análogas aos deuses, mas ainda maiores. Basicamente ele controla e tem acesso a todos os sonhos da humanidade e de todas as criaturas capazes de sonhar, sendo o senhor do Mundo dos Sonhos, a terra aonde vamos em nossas horas de sono. Quando o arco Estação das Brumas – publicado nesta edição – começou, em outubro de 1990, a reputação de Sandman como uma das narrativas gráficas mais inovadoras e inteligentes já publicadas havia ultrapassado as fronteiras tradicionais dos quadrinhos. Em apenas vinte edições, Neil Gaiman e seus colaboradores haviam desenvolvido uma mitologia rica e profunda no Sonhar – que capturava a imaginação dos leitores onde quer que estivessem. A partir dessas conquistas, a série estava destinada a alcançar níveis ainda mais altos de popularidade – e o ponto de virada seria o retorno memorável do Rei dos Sonhos ao Inferno, apresentado nessa edição.
Sandman - Vol. 3 - Edição Definitiva
Gaiman, NeilLocke, VinceThompson, Jill
Sinopse: Quando Delirium - a mais jovem dos Perpétuos - decide partir em busca de Destruição - seu irmão há muito perdido -, cabe aos seus outros irmãos tentarem colocar juízo em sua cabeça. Mas essa nunca é uma tarefa muito fácil. E essa jornada pode desencadear eventos imprevistos que mudarão pra sempre a essência do Rei dos Sonhos. Essa edição apresenta os arcos Vidas Breves e Fim dos Mundos. Este livro reúne as edições 40 a 56 da série e histórias curtas apresentadas em outros volumes.
ESGOTADO
Sandman - Vol. 4 - Edição Definitiva
NEIL Gaiman
Sinopse: A saga de Morfeus, o Mestre do Sonhar, chega ao seu final! Todos os atores já estão em seus lugares e agora cabe a Sonho dos Perpétuos desempenhar seu derradeiro papel com maestria. Dividindo o palco com Devaneio estão As Bondosas - e quando elas estão em cena o menor preço a pagar é medido em sangue! Essa edição apresenta os arcos 'As Bondosas' e 'O Despertar'; e as histórias 'O Castelo', 'Os Exilados' e 'A Tempestade' Reunindo as edições 57 a 75 da série e uma história curta apresentada na edição especial Vertigo Jam 1 ('O Castelo'), com cores reconstruídas e dezenas de páginas de extras, como esboços, galeria de produtos baseados no universo de Sandman, o roteiro completo das edições 57 e 75 de Sandman - a fatídica última edição.
ESGOTADO
Os quadrinhos te ensinaram algum valor?
Caríssimos leitores:
As eleições no Brasil de 2014 se aproximam e o debate nas redes sociais tem levantado todo tipo de preconceito, racismo, ranços culturais dos mais podres. Fico imaginando se essas pessoas também leram e admiraram personagens como Super-Homem, Batman, Quarteto Fantástico, Surfista Prateado, Turma da Mônica e Mafalda, para não citar tantos outros.
Segundo Platão se "o homem sabe o que é bom faz o que é bom". Seria possível admirar esses personagens mas praticar o racismo e o ódio contra outras minorias? Que os mais fracos merecem ser protegidos e que todos têm o direito à felicidade?
A Luta contra o ódio racial nazista
Para essas pessoas, se o nazismo apenas perseguisse homossexuais, o Capitão América é que seria o vilão por lutar contra Hitler e seus asseclas? O mais estranho, talvez, é que muitos homofóbicos radicais gostem de chamar o movimento que defende os direitos dos homossexuais de “gayzismo”, como se a indicar que sentem-se oprimidos pela tentativa mais que justa de uma minoria em levar uma vida digna.
A verdade, a justiça e o herói de Krypton
Um herói que surgiu para defender o homem comum foi o Super-Homem. Inventado por Joe Shuster e Jerry Siegel, dois garotos pobres de Ohio, ele apareceu em 1938 com a missão maior de proteger os fracos e oprimidos. Os dois jovens haviam passado suas vidas em meio às agruras da crise econômica causada pela queda da bolsa de valores em 1929 e as aventuras que criavam para Super-Homem não o mostravam em luta contra supervilões, mas contra as injustiças sociais e econômicas existentes nos Estados Unidos à época. O herói de Krypton enfrentava senhorios corruptos, industriais desonestos e milionários inescrupulosos, entre outros, e sua “batalha sem fim” era para dar oportunidades iguais aos menos privilegiados, dar a eles a chance de levar uma vida decente.
Mais de 70 anos após o surgimento de Super-Homem, ainda não moramos em um mundo mais justo. As cotas raciais nas faculdades são repudiadas imediatamente por uma legião geralmente mal-informada que vê na proposta algo maligno e ofensivo, sem se preocupar em pesquisar a questão. Segundo dados do IBGE, há cerca de 31,1% de jovens brancos, de idades entre 15 e 24 anos, matriculados em escolas de nível superior. Já entre os negros, o número cai para 12,8%. Para muitos – que devem vibrar com as aventuras do Homem de Aço, senão nos quadrinhos, ao menos nos filmes e séries de TV – parece impossível entender que é muito difícil para um afrodescendente conseguir uma chance de entrar na faculdade no Brasil. Sim, pode parecer um discurso carregado de chantagem emocional, mas a verdade é que uma parcela grande da população negra carrega séculos de preconceito e pobreza, após terem seus antepassados trazidos ao Brasil como escravos e mais tarde libertados sem dinheiro, sendo obrigados a trabalhar por valores ínfimos que lançaram muitos num estado de subisistência. Antes de levantar a bandeira do “Sou contra”, vale se informar melhor sobre a situação, no mínimo. Aprofundar-se nos argumentos dos que defendem as cotas pode fazer muitos mudarem de opinião sobre a questão. Pode acreditar, pois foi o que aconteceu comigo. E, novamente: será que lutar por justiça e igualdade é algo nobre apenas nos quadrinhos e no cinema mas, na vida real, o ideal é colocar os nossos interesses pessoais – e muitas vezes obtusos – à frente de tudo e todos? Qualquer vilão da Marvel ou da DC ficaria orgulhoso de atitude tão egoísta.
E a questão da justiça e defesa dos oprimidos e das minorias não está presente apenas em uma questão polêmica como a das cotas raciais. Num país de maioria pobre, os donos de automóveis ainda reclamam, brigam e xingam porque os donos de bicicletas se “atrevem” a querer um pequeno espaço nas ruas, “ousam” querer o direito de transitar em seus veículos de duas rodas pelas vias principais. “Não”, dizem esses motoristas. “O lugar desses ciclistas não é nas ruas. Se não podem ter um carro, que usem o transporte público. Se querem andar de bicicleta, devem ficar confinados aos parques, para não nos incomodar.” Seriam os parques, neste caso, o equivalente à Zona Fantasma, para onde eram enviados os elementos indesejados da sociedade kryptoniana? Pois é, esse tipo de lição alguns parecem tirar dos quadrinhos... Mas vale lembrar que não é porque a presença de alguém nos incomoda, que ele não tenha o direito de estar ali.
Temidos e odiados
Mas, não importa o que se diga, são mesmo os homossexuais os mais perseguidos pelos leitores preconceituosos de super-heróis. Pra começar, eles gostariam que seus gibis nem mencionassem a existência de homossexuais, quanto mais que aparecessem neles personagens em relacionamentos homoafetivos. A desculpa de alguns é que “crianças não deveriam ser expostas a esse tipo de comportamento”. Claro, como se houvesse mesmo muitas crianças ainda lendo HQs de super-heróis atualmente. Para quem não sabe, os quadrinhos da Marvel e da DC são lidos, hoje, por adolescentes e adultos. E, mesmo que crianças sejam “expostas” ao estilo de vida dos homossexuais nos quadrinhos, isso seria apenas um reflexo do mundo atual, algo que elas verão de um jeito ou de outro. Ou você vai esconder para sempre do seu filho que dois homens ou duas mulheres podem se amar da mesma forma que o pai e a mãe dele?
A verdade é que muitos parecem sentir sua própria masculinidade ameaçada pela imagem de um herói como Alan Scott, o primeiro Lanterna Verde da DC, beijando outro homem – na tão comentada reformulação recente do personagem. E o argumento sempre é “não que eu seja homofóbico, só acho que é errado mostrar isso nos gibis.” Ok, se isso não é homofobia, o que é?
Durante quase duas décadas, a revista X-Men, da Marvel, foi o maior sucesso do mercado de quadrinhos nos Estados Unidos. Esta criação de Stan Lee e Jack Kirby sempre teve como tema recorrente o preconceito dos humanos para com os mutantes, aqueles seres tão diferentes de nós, com um estilo de vida que a humanidade não conseguia entender. Toda revista dos X-Men explicava que aqueles heróis lutavam para defender “um mundo que os teme e odeia”. E nós líamos e pensávamos: “Ó, como pode a humanidade ser assim, tão imcompreensiva? Tão cabeça-dura? Perseguir os mutantes só porque eles são diferentes? Isso é errado!” É, mas pelo visto tínhamos esses pensamentos altruístas apenas no que se referia ao mundo mágico da Marvel. Por que, na vida real, estilos de vida diferentes incomodam muita gente. Nos gibis, quem nasce diferente merece compreensão, pois não têm culpa por isso. No nosso mundo, porém, quem nasce diferente precisa ser escurraçado da sociedade e ter seus hábitos, sentimentos Durante quase duas décadas, a revista X-Men, da Marvel, foi o maior sucesso do mercado de quadrinhos nos Estados Unidos. Esta criação de Stan Lee e Jack Kirby sempre teve como tema recorrente o preconceito dos humanos para com os mutantes, aqueles seres tão diferentes de nós, com um estilo de vida que a humanidade não conseguia entender. Toda revista dos X-Men explicava que aqueles heróis lutavam para defender “um mundo que os teme e odeia”. E nós líamos e pensávamos: “Ó, como pode a humanidade ser assim, tão imcompreensiva? Tão cabeça-dura? Perseguir os mutantes só porque eles são diferentes? Isso é errado!” É, mas pelo visto tínhamos esses pensamentos altruístas apenas no que se referia ao mundo mágico da Marvel. Por que, na vida real, estilos de vida diferentes incomodam muita gente. Nos gibis, quem nasce diferente merece compreensão, pois não têm culpa por isso. No nosso mundo, porém, quem nasce diferente precisa ser escurraçado da sociedade e ter seus hábitos, sentimentos. e crenças modificados (ou “curados”) pois são ofensivos.
O roteirista inglês Alan Moore chocou muita gente quando escreveu, na introdução de V de Vingança, que parte da mídia inglesa em 1988 defendia campos de concentração para pessoas com AIDS, enquanto o governo de Margaret Thatcher dava sinais de que gostaria de erradicar a homossexualidade no Reino Unido. Seguindo esse pensamento, não é difícil imaginar que alguns sonham com a possibilidade de um futuro como o da clássica história “Dias de um Futuro Esquecido”, de Chris Claremont e John Byrne, no qual os homossexuais (e ciclistas, feministas e outros que pensem ou ajam fora da norma estabelecida pela maioria) seriam perseguidos por robôs gigantes e enviados a campos de prisioneiros... ou mortos, para eliminar de vez o incômodo. Até o Vigia, o alienígena da Marvel que a tudo observa, deve virar o rosto para não ver algumas das coisas que fazemos e pensamos.
Com grandes poderes
Exemplos não faltam, nos quadrinhos, de lições que deveríamos ter aprendido para tornar o mundo em um lugar melhor, mais tolerante e mais justo. Então por que tantos fãs de quadrinhos se mostram tão resistentes a trazer estas lições para o mundo real? Como conseguiram ler durante décadas histórias sobre heróis que lutam contra injustiças, protegem os mais fracos e tentam fazer do mundo um lugar melhor onde todos têm os mesmos direitos, e mesmo assim continuam preconceituosos e com uma percepção tão limitada e mesquinha?
Exemplos não faltam, nos quadrinhos, de lições que deveríamos ter aprendido para tornar o mundo em um lugar melhor, mais tolerante e mais justo. Então por que tantos fãs de quadrinhos se mostram tão resistentes a trazer estas lições para o mundo real? Como conseguiram ler durante décadas histórias sobre heróis que lutam contra injustiças, protegem os mais fracos e tentam fazer do mundo um lugar melhor onde todos têm os mesmos direitos, e mesmo assim continuam preconceituosos e com uma percepção tão limitada e mesquinha?
De que vale defender os méritos dos quadrinhos de super-heróis se não mostrarmos que os bons exemplos que eles trazem podem ser aplicados na vida real? Às vezes valeria a pena parar e pensar, frente a este mundo moderno que parece trazer mudanças que muitos não conseguem entender: “O que o Super-Homem faria?”
Não adianta esperar pela picada de uma aranha radioativa para se tornar um herói do dia-a-dia. E, parafraseando uma das frases mais famosas e importantes dos quadrinhos, vale lembrar que "com grandes preconceitos... vem também grande mediocridade".
Melhores quadrinhos da Paninibooks - guia e preços
Publicado em: agosto de 2012
Editora: Panini
Licenciador: DC Comics
Categoria: Álbum de Luxo
Gênero: Super-heróis
Status: Edição única
Licenciador: DC Comics
Categoria: Álbum de Luxo
Gênero: Super-heróis
Status: Edição única
Número de páginas: 396
Formato: (18,5 x 27 cm)
Colorido/Capa dura
Preço de capa: R$ 96,00
Formato: (18,5 x 27 cm)
Colorido/Capa dura
Preço de capa: R$ 96,00
Publicado em: outubro de 2014
Editora: Mythos
Licenciador: Sergio Bonelli Editore
Categoria: Álbum de Luxo
Gênero: Faroeste
Status: Em circulação
Licenciador: Sergio Bonelli Editore
Categoria: Álbum de Luxo
Gênero: Faroeste
Status: Em circulação
Número de páginas: 240
Formato: (21 x 29,5 cm)
Colorido/Capa dura
Preço de capa: R$ 59,90
Formato: (21 x 29,5 cm)
Colorido/Capa dura
Preço de capa: R$ 59,90
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